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sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Transformando espaços com luzes e sombras


Faixa etária: 0 a 3 anos.

Introdução

Uma das características mais fascinantes do Teatro é a possibilidade de criar, com o auxílio de alguns elementos, espaços, atmosferas, mundos diferentes. 
Assim é que o palco de um teatro ou mesmo um espaço como uma sala pode se transformar num castelo medieval, numa selva misteriosa ou numa paisagem do futuro. 
Desde cedo as crianças são sensíveis a essas transformações. 
Criar e recriar, inventar e brincar de estar em outro lugar ou de ser um personagem são características comuns à brincadeira infantil e à arte teatral. 
E é no aspecto da transformação que se baseia esta atividade permanente.

Conteúdos
- Transformação de espaços;
- Teatro de Sombras;
- Pesquisa de luzes e sombras;

Tempo estimado: 30 minutos.

Material necessário:
- Barbante;
- Lençóis brancos velhos;
- Lanternas de vários tipos;
- Bacias;
- Água;
- Escorredor de pratos, ralador, escorredor de macarrão e outros objetos “vazados”;
- Sucatas diversas, como caixa de ovos, garrafas pet e outros materiais transparentes;
- Papel cartão preto;
- Papel celofane;
- Tesoura;
- Cola.

Desenvolvimento da atividade:
 
Prepare a sala: para o teatro de sombras você vai precisar afastar os móveis da sala e estender, com o auxílio de barbantes, um ou mais lençóis brancos de um ponto a outro do espaço, como uma tela esticada. Apague então a luz e acenda uma ou várias lanternas. Essa simples intervenção já é deliciosa e provocativa para as crianças. Algumas podem assustar-se ou chorar; é importante que o professor perceba e respeite a emoção dos pequenos.
Nesse momento, é o professor quem “atua” no teatro, aproximando e afastando o foco das lanternas do lençol. Faça sons, cante ou convide as crianças a ajudar na “sonoplastia”. Esse primeiro momento é de aproximação e exploração!

2  O teatro de sombras tradicional utiliza figuras recortadas minuciosamente em papel cartão preto, representando personagens. Você pode fazer o mesmo e ter uma coleção de figuras mais estruturadas para contar histórias conhecidas para as crianças. Mas, nesta atividade, o mais importante é criar formas inusitadas, pesquisar o efeito da luz e da sombra, modificar o espaço e brincar com novas possibilidades de produzir sombras com as crianças.
Por exemplo: objetos vazados, como um escorredor de pratos, um ralador de queijo ou uma caixa de ovos furada produzem formas misteriosas ou sugestivas à luz da lanterna. Se a fonte de luz está fixa num único lugar, afastar e aproximar os objetos gera efeitos incríveis, principalmente se eles estiverem embrulhados em papel celofane. O mesmo acontece com objetos transparentes, como uma garrafa pet cheia de água colorida com anilina, ou mesmo uma bacia de água, que, quando iluminada, produz uma sombra cheia de movimento, que se modifica quando mexemos na água.

3  Repita a atividade num outro dia. Organize o espaço com a ajuda das crianças. Uma boa idéia também é que cada uma tenha a sua própria pequena lanterna para suas pesquisas.

4  No momento de Artes Visuais, convide as crianças a desenhar diferentes formas em papel cartão preto. Oriente-as com relação ao tamanho, para que não fiquem muito pequenas. Importante: não é preciso, necessariamente, que as crianças desenhem figuras humanas ou bem-acabadas. Formas abstratas também produzem lindas sombras! Se as crianças ainda não puderem recortar, faça isso para elas e “vaze” as figuras, fazendo recortes dentro delas. Peça às crianças que preencham os espaços vazados, colando pedaços de papel celofane. Pronto! Agora vocês podem explorar as figuras criadas à luz da lanterna, e até mesmo criar uma história com elas.

 A proposta do teatro de sombras pode ser repetida muitas vezes. Alterne a possibilidade das crianças serem platéia (quando você ou um grupo de crianças está “por trás do lençol”) ou serem atores (quando a “apresentação” é responsabilidade das crianças, individualmente ou em pequenos grupos). É como diz o documento Orientações Curriculares – Expectativas de Aprendizagens e Orientações Didáticas para a Educação Infantil da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo:

“A percepção entre o faz-de-conta e o teatro não acontece naturalmente. É o professor quem nomeia o faz-de-conta organizado como teatro e contextualiza as experiências das crianças como teatrais, organizando-as intencionalmente e incentivando-as a fazer e/ou assistir.” p. 126.

Avaliação
Nesta atividade, fica muito evidente o quanto o professor media a aprendizagem dos pequenos. Porém, isso não significa que ele esteja fazendo tudo por eles. 
Por serem tão pequenas, as crianças vivem a experiência do teatro como integrada a todas as outras, como a brincadeira, a expressão plástica, o movimento. Mesmo assim, o professor pode observar se e o quanto as crianças participaram das atividades, se interessaram-se pela pesquisa das sombras ou pelas descobertas dos colegas.
O parâmetro de avaliação é perceber se as crianças envolveram-se de verdade nessa experiência conjunta e puderam criar algo que lhes agradou e que fez sentido para elas, ao contrário da tradição de representar pecinhas decoradas e cheias de texto, de cuja autoria não participam.
 
Quer saber mais?
Fonte: Revista Nova Escola.

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