Oito questões sobre como trabalhar com brinquedos
Conheça as respostas para oito dúvidas frequentes na hora de incorporar esses recursos à rotina dos pequenos para garantir diversão e aprendizagem
Conheça as respostas para oito dúvidas frequentes na hora de incorporar esses recursos à rotina dos pequenos para garantir diversão e aprendizagem
Brincar
é a linguagem que as crianças usam para se manifestar, descobrir o mundo e
interagir com o outro. Quando ela é incentivada, a turma adquire novas
habilidades e desenvolve a imaginação e a autonomia.
É possível brincar sem ter
nada em mãos. Como
ocorre durante o pega-pega e a ciranda, por exemplo. Mas os brinquedos têm
papel fundamental no desenvolvimento infantil.
Para que eles cumpram bem essa
função, não basta deixar o acervo ao alcance dos pequenos,
imaginando que, por já brincarem sozinhos em casa, eles saberão o que fazer. É
essencial oferecer objetos industrializados e artesanais, organizar momentos em
que o grupo construa seus próprios brinquedos e ampliar as experiências da
meninada.
Tudo isso sempre equilibrando quantidade, qualidade e variedade, o
que significa exemplares variados, seguros, resistentes e com um bom aspecto
estético.
1
Como trabalhar bem sem uma brinquedoteca?
Ela
não garante um trabalho bem-feito. Além disso, não é interessante que os
brinquedos fiquem restritos a um ambiente. As crianças precisam encontrá-los em
vários lugares e momentos. A preocupação maior deve ser em relação à
organização do local e ao acesso dos pequenos aos itens. De nada adianta ter
uma brinquedoteca se ela sempre estiver fechada ou se a turma só usá-la
esporadicamente. Se ela existir, o acesso deve ser livre, assim como a
circulação de brinquedos pela escola.
2
O que fazer se não existem brinquedos
para todos?
É
importante organizá-los para que sejam compartilhados, garantindo que todos
brinquem. Os educadores devem planejar intercâmbios de objetos entre as turmas
e a interação entre elas, inclusive reunindo crianças de idades diferentes. A
garotada tem muito a ganhar: há trocas de ideias e o brincar se torna mais
rico.
3
Armas de brinquedo devem fazer parte
do acervo?
Mais
do que decidir por incluir armas ou outros objetos, o importante é que as
crianças possam elaborar ideias sobre o bem e o mal. Nas brincadeiras relações
sociais são estabelecidas, momentos em que comportamentos e valores sociais
podem ser abordados.
4
Há itens adequados para meninos e
para meninas?
Não.
Se o brincar é um modo de representar, experimentar e conhecer as culturas, não
faz sentido imaginar que panelinhas são só para meninas, e carrinhos, para
meninos. Todos precisam ter acesso a qualquer item sem distinção e ficar livres
para escolher com o que brincar. Elaine Eleutério, coordenadora pedagógica da
CEINF Lafayete Câmara, em Campo Grande, explica que, quando os meninos, por
exemplo, se negam a participar das brincadeiras de casinha por acreditarem que
isso não é coisa de homem, os educadores entram em cena. "Questionamos a
validade da afirmação com os pequenos. Dizemos que existem homens que fazem as
tarefas domésticas e perguntamos se a turma conhece alguém que faça isso no dia
a dia", diz.
5
É interessante usar sucata para
incrementar o acervo?
Sim,
não há problema em reaproveitar materiais. Ao eleger quais vão ser usados, é
necessário questionar a utilidade que eles terão. Não se trata de aproveitar
qualquer coisa para montar brinquedos, e sim criar brinquedos com objetos
interessantes, de qualidade, bonitos e que não sejam perigosos. O ideal é deixar
à disposição itens de uso não evidente, como rolos de papel-alumínio ou papel
toalha, e estimular os pequenos a conferir utilidade a eles, montando lunetas,
binóculos ou cornetas, por exemplo.
6
Deve-se permitir levar brinquedos de
casa?
Sim.
As crianças gostam de fazer isso para mostrar aos outros quem são e do que
gostam. Também o fazem para ter por perto um objeto pessoal com o qual se
identificam e têm familiaridade. Combinados com a turma e com as famílias sobre
emprestar os objetos para os colegas brincarem, ter cuidado para não
danificá-los, misturá-los ao acervo, perder os esquecê-los ajuda a evitar
problemas. É válido elaborar uma lista coletiva do que não é legal levar, dos
brinquedos que não se quer emprestar, que tenham peças muito pequenas ou que já
existam na escola e divulgá-la para os pais. Estipular um dia para que todos
levem seus brinquedos pode ser uma alternativa interessante desde que não seja
esse o único dia que eles tenham para brincar.
7
Quais objetos fazem as vezes dos
brinquedos?
Há
muitos que podem enriquecer a brincadeira. Quem acha que os pequenos precisam
de algo específico são os adultos. O acervo pode ter coisas perenes, como
caixas de madeira e tecidos. "Eles podem ser usados para construir
diversos itens", explica Cisele Ortiz, coordenadora de projetos do
Instituto Avisa Lá, em
São Paulo. Lupas , fitas métricas e lanternas são ótimos para
estimular a meninada a estudar e explorar o ambiente.
8
Como evitar que a turma destrua os
brinquedos?
Primeiramente,
é fundamental compreender que mesmo os objetos de qualidade não são eternos.
Depois, brinquedo desgastado é sinônimo de brinquedo usado. Explique às
crianças que cuidados são essenciais para manter os itens em bom estado para
serem usados por outros colegas que chegarão à pré-escola no futuro, por
exemplo. Novos brinquedos no acervo, principalmente aqueles que o grupo não
conhece, pedem atenção. Ninguém sabe como cuidar do que nunca viu e que não
sabe como funciona.
Beatriz Santomauro; Cinthia Rodrigues
Fonte:
http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/jogos-brincadeiras.shtml
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