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terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Conhecendo o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil

Olá pessoal,
Pensando nas sugestões de atividades e ideias que indicarei nas próximas publicações, 
 postarei primeiro um resumo dos Referenciais Curriculares para Educação Infantil, 
para que aqueles que não conhecem o documento e seu conteúdo.

Esse documento do MEC tem sido um grande parceiro nesses anos de formação, onde trabalhei com professores de Educação Infantil, para mim, é um bom instrumento de estudo e formação, pois trata de diversos assuntos relacionados à Educação Infantil, organizando e orientando a prática pedagógica dos docentes que atuam com essa faixa etária.
Esse será um primeiro passo, conhecer o documento, depois serão publicadas orientações e sugestões de atividades dentro de cada eixo de trabalho.
Bom estudo a todos!
Um abraço!

O que é? Quais são os objetivos desse documento? Quais livros compõem o documento? Assuntos tratados, organização do tempo, componentes curriculares, dentre outros no
Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (1998)

Este documento foi redigido atendendo às determinações da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/96), que estabelece a educação infantil como primeira etapa da educação básica.
Ele integra a série de documentos dos Parâmetros Curriculares Nacionais elaborados pelo Ministério da Educação e do Desporto.

Objetivos
Ø      O RCN pretende apontar metas de qualidade que contribuam para que as crianças tenham um desenvolvimento integral de suas identidades, capazes de crescerem como cidadãos cujos direitos à infância são reconhecidos.
Ø      Visa, também, contribuir para que possa realizar, nas instituições, o objetivo socializador dessa etapa educacional, em ambientes que propiciem o acesso e a ampliação, pelas crianças, dos conhecimentos da realidade social e cultural.

RCN foi concebido de maneira a servir como um guia de reflexão de cunho educacional sobre objetivos, conteúdos e orientações didáticas para os profissionais que atuam diretamente com crianças de zero a seis anos, respeitando seus estilos pedagógicos e a diversidade cultural brasileira.

Organização por idades:
O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil adota a mesma divisão por faixas etárias contemplada nas disposições da LDB (capítulo II, seção II que: “A educação infantil será oferecida em: I - creches ou entidades equivalentes para crianças de até três anos de idade; II - pré-escolas, para as crianças de quatro a seis anos”).

*Esse artigo já sofreu alterações devido ao Ensino de 9 anos que atende crianças de 6 anos no primeiro ano do Ensino Fundamental mas, esse documento não está atualizado quanto as idades.

Organização em âmbitos e eixos:

O RCN para a Educação Infantil define dois âmbitos de experiências: Formação Pessoal e Social e Conhecimento de Mundo;

âmbito de Formação Pessoal e Social refere-se às experiências que favorecem prioritariamente, a construção do sujeito. Este âmbito abarca um eixo de trabalho denominado Identidade e autonomia. O trabalho com este âmbito pretende que as instituições possam oferecer condições para que as crianças aprendam a conviver, a ser e a estar com os outros e consigo mesma em uma atitude básica de aceitação, de respeito e de confiança.
âmbito de Conhecimento de Mundo refere-se à construção das diferentes linguagens pelas crianças e às relações que estabelecem com os objetos de conhecimento.
Destacam-se os seguintes eixos de trabalho: Movimento, Artes visuais, Música, Linguagem oral e escrita, Natureza e sociedade e Matemática.

Livros que compõem o documento:

Volume 1-
Um documento Introdução, que apresenta uma reflexão sobre creches e pré-escolas no Brasil, situando e fundamentando concepções de criança, de educação, de instituição e do profissional, que foram utilizadas para definir os objetivos gerais da educação infantil e orientaram a organização dos documentos de eixos de trabalho que estão agrupados em dois volumes relacionados aos seguintes âmbitos de experiência: Formação Pessoal e Social Conhecimento de Mundo.

Volume 2-
Relativo ao âmbito de experiência Formação Pessoal e Social que contém o eixo de trabalho que favorece, prioritariamente, os processos de construção da Identidade e Autonomia das crianças.

Volume 3-
Relativo ao âmbito de experiência Conhecimento  De Mundo que contém seis documentos  referentes aos eixos de trabalho orientados para a construção das diferentes linguagens pelas  crianças e para as relações que estabelecem com  os objetos de conhecimento: Movimento, Música, ArtesVisuais, Linguagem Oral e Escrita,  Natureza e Sociedade e Matemática.

Temas/assuntos tratados nos RCN para Educação Infantil
         Considerações sobre creche e pré-escola;
         Concepção de criança;
         Educar ou cuidar;
         Brincar;
         Aprender em situações orientadas (interação, diversidade e individualidade, aprendizagem significativa e conhecimentos prévios,etc) ;
         Educar crianças com necessidades especiais;
         O professor da Educação Infantil (formação profissional, perfil do professor)
         Organização do RCN (âmbito; eixo, idade);
         Componentes Curriculares: Objetivos; conteúdos; orientação didática;organização do espaço e materiais; observação, registro e avaliação formativa.

Componentes curriculares

Objetivos
Nos Referenciais os objetivos explicitam intenções educativas e estabelecem capacidades que as crianças poderão desenvolver como conseqüência de ações intencionais do professor. Os objetivos auxiliam na seleção de conteúdos e meios didáticos.

Conteúdos
O Referencial concebe os conteúdos como a concretização dos propósitos da instituição e, por outro, como um meio para que as crianças desenvolvam   suas  capacidades   e   exercitem   sua   maneira   própria   de   pensar,   sentir   e   ser, ampliando   suas   hipóteses   acerca   do   mundo   ao   qual   pertencem   e  constituindo-se   em   um instrumento para a compreensão da realidade. Os conteúdos abrangem, para além de fatos, conceitos e princípios, também os conhecimentos relacionados a procedimentos, atitudes, valores e normas como objetos de aprendizagem.

Os conteúdos são organizados em blocos, segundo a faixa etária, em alguns eixos de trabalho, isso para contemplar as dimensões essenciais de cada eixo e situar os diferentes conteúdos dentro de um contexto organizador, que explicita suas especificidades por um lado e aponta para a sua “origem” por outro. Os conteúdos são compreendidos como instrumentos para analisar a realidade, compreendendo sua complexidade e enriquecendo a percepção sobre ela, por isso devem ser trabalhados de forma integrada.

Orientações didáticas
Cada documento de eixo contém orientações didáticas gerais e as específicas aos diversos blocos de conteúdos. Nas orientações didáticas gerais explicitam-se condições relativas à: princípios gerais do eixo; organização do tempo, do espaço e dos materiais; observação, registro e avaliação.

As orientações didáticas são subsídios que remetem ao “como fazer”, à intervenção direta do professor na promoção de atividades e cuidados alinhados com uma concepção de criança e de educação.

Organização do tempo:
 A organização do tempo, dentro das orientações didáticas, auxilia o professor no planejamento segundo sua intenção educativa.
Essas estruturas didáticas podem ser agrupadas em três grandes modalidades de organização do tempo. São elas: atividades permanentes, seqüência de atividades e projetos de trabalho.

  • Atividades Permanentes-

Contribuem, de forma direta ou indireta, para a construção da identidade e o desenvolvimento da autonomia, uma vez que são competências que perpassam todas as vivências das crianças.
Algumas são: a roda de conversas e o faz-de-conta, cantos para desenhar, para ouvir música, para pintar, para olhar livros, para modelar, para jogos de regras, etc.

  • Sequência de atividades-
A construção da identidade e a conquista da autonomia pelas crianças são processos que demandam tempo e respeito às suas características individuais. Nessa medida, algumas atividades propostas de forma seqüenciada podem ajudá-las nesse processo.
Pensar nas sequências de atividades implica planejar experiências que se organizam em etapas diferenciadas e com graus de dificuldades diversos.
Para que as crianças aprendam a comer sozinhas, por exemplo, os professores podem planejar situações que ampliem gradativamente suas capacidades de segurar os talheres, colocar a comida na boca etc.

  • Projetos de trabalho –
São conjuntos de atividades que trabalham com conhecimentos específicos construídos a partir de um dos eixos de trabalho que se organizam ao redor de um problema para resolver e um produto final que se quer obter. Há uma infinidade de perspectivas que devem ser escolhidas em função do perfil e dos interesses das crianças que compõem o grupo.

Organização do espaço e seleção dos materiais:

Em cada eixo de trabalho o Referencial sugere a organização dos espaços e dos materiais, sendo esse um instrumento fundamental para a prática educativa com crianças pequenas. Isso implica que, para cada trabalho realizado com as crianças, deve-se planejar a forma mais adequada de organizar o mobiliário dentro da sala, assim como, introduzir materiais específicos para a montagem de ambientes novos, ligados aos projetos em curso.

Observação, registro e avaliação formativa:

Neste documento, a avaliação é entendida, prioritariamente, como um conjunto de ações que auxiliam o professor a refletir sobre as condições de aprendizagem oferecidas e ajustar sua prática às necessidades colocadas pelas crianças. É um elemento indissociável do processo educativo que possibilita ao professor definir critérios para planejar as atividades e criar situações que gerem avanços na aprendizagem das crianças. Tem como função acompanhar, orientar, regular e redirecionar esse processo como um todo. Sendo assim a observação e o registro se constituem nos principais instrumentos de que o professor dispõe para apoiar sua prática.

Bibliografia:
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil /Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. — Brasília: MEC/SEF, 1998-Volume1: Introdução;

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